quarta-feira, março 28, 2007

Erros Pontuais

Pois é... Nem sei como é que isto me aconteceu. Eu estava em dúvida em relação a um ponto das directrizes e fui falar com a Marta, para confrontarmos opiniões. Por obra do destino, a Marta não encontrava o ponto em questão e eu abri também uma nova página e entrei nas directrizes. Mas fomos ter a páginas diferentes.



Se repararem, no site da UTAD pode ler-se "3.4 Utilizar unidades absolutas, e não relativas, nos valores dos atributos da linguagem de anotação e nos valores das propriedades das folhas de estilo." E no da UMIC aparece a informação oposta "3.4 - Use unidades relativas em vez de absolutas nos valores dos atributos da linguagem de notação e valores das propriedades das folhas de estilo."


A explicação é a mesma, mas para um utilizador do site com um interesse mais geral, a informação que passa é errada.

A parte boa é, como diz a Marta, saber que temos pontaria... No meio de todos os pontos conseguimos encontrar o único com erro (possivelmente).

terça-feira, março 20, 2007

O Ensino na web

Proposta: Analisar o nível de acessibilidade do site do curso de Jornalismo e Ciências da Comunicação da Universidade do Porto, através de uma análise automática e, posteriormente, manual.


De todos os pontos de verificação do W3C, uma análise automática indica de imediato 5 erros (três de Prioridade 2 e dois de Prioridade 3). É impossível fazer-se uma navegação sem a ajuda do rato uma vez que o site não possibilita atalhos de teclado. Não usa a propriedade de cabeçalho, apenas texto formatado de diferentes modos de forma a imitar, visualmente, esta tag e não define o idioma principal em que o site foi criado. Usa também propriedades absolutas de CSS e chega mesmo a apresentar alguns erros nas folhas de estilo, como por exemplo utilizar a mesma cor no atributo background-color e color na tag body, entre outros.


Curiosamente, os pontos respeitados que a análise automática identifica na página de entrada são de menos uma unidade.

  • Utilizam-se folhas de estilo e não existem tabelas que possam ser usadas para maquetar.

  • Não se utilizam elementos HTML para controlar a apresentação.

  • Não se utilizam atributos HTML para controlar a apresentação.

  • Não utilizam elementos ou atributos HTML obsoletos

  • Numa análise manual ao site, é possível ver que o atributo Alt é usado com validade, assim como o title, sendo descritivo quanto baste dos elementos a que está ligado e que a informação não depende do uso da cor. Também no uso de listas se deve dizer que este se justifica, uma vez que a informação disponibilizada se torna mais compreensível nesse formato. A leitura com sentido das páginas não depende de uma visualização ligada à folha de estilo. O site utiliza tecnologia W3C, não faz actualizações ou reencaminhamento automáticos e o script utilizado não faz com que se abra uma nova janela, três aspectos de elevada importância a nível de acessibilidade, principalmente quando se usa, mais uma vez, como já foi anteriormente referido, um programa de leitura de ecran.


    Quando o tema passa a ser a navegação, é necessário referir que não existe mapa do site, uma vez que a quantidade de páginas não chega a uma dezena e existe na primeira página links para todas as outras páginas. No entanto, essa informação só se encontra disponível no caso da página ser visualizada usando a informação da folha de estilo. Se esta ligação for quebrada e se o código-fonte for consultado a informação continua lá, mas por algum motivo que eu desconheço deixa de ser acessível. O mesmo acontece com os links externos situados no topo da página. Ainda a salientar é o facto de dentro de cada página existir um link que serve de titulo e que leva o utilizador à mesma página em que se encontra, o que me parece desnecessário.


    A nível visual todas as páginas possuem um aspecto semelhante, o que lhe dá alguma consistência, apesar de na minha opinião a forma como o conteúdo é apresentado nos contactos e no regulamento quebrar um pouco a estética criada nas restantes partes.


    Um erro que eu considero ser de elevada gravidade é o facto de a informação dos contactos se encontrar sob a forma de imagem, com o atributo Alt ‘contactos’. O que eu proponho nesta fase é colocarmo-nos numa situação hipotética em que nos vemos privados da informação que o nosso monitor nos facilita e com a necessidade de sabermos de que forma poderemos entrar em contacto com a entidade. Neste caso é impossível dar resposta a esta necessidade. O conteúdo deveria estar sob a forma de texto para poder ser lido por um programa de leitura de ecran sem qualquer dificuldade, principalmente porque é este o veiculo mais directo que o curso possui de chegar mais rapidamente e mais longe às pessoas.


    Na página destinada á apresentação do curso existe uma área de formulário composta por uma combo box e um botão. No entanto essa combo box que supostamente deveria dar a possibilidade de escolha ao utilizador de entre, pelo menos, duas opções só possui uma o que lhe retira toda a utilidade que pudesse ter. Simplificaria bastante ter apenas uma linha de texto a funcionar como título. Acredito que, tratando-se de uma página com conteúdo dinâmico poderá, num futuro mais ou menos próximo, passar a ter mais opções de escolha, mas enquanto isso não acontece a linha de texto simples parece-me uma boa opção.


    Ainda na análise de pontos menos positivos que encontrei no referido site tenho de referir que, na página dos regulamentos, o uso do atributo Alt me deixou confusa. A página possui, na parte debaixo de cada bloco de texto, um link em texto que se destina a descarregar determinado ficheiro mas apenas diz ‘Descarregar ficheiro PDF’. Este link não possui o atributo Alt. Poderá ser por se encontrar imediatamente a seguir ao bloco de texto com o título ou por o próprio caminho especificado no link ser claro, mas ao lado existe uma imagem que possui também estas duas características e possui o atributo Alt.


    De uma maneira geral, foram estas as conclusões a que cheguei no final das duas análises (automática e manual). Não se pode dizer que o curso de Jornalismo e Ciências da Comunicação não demonstrou ter preocupações com as questões de acessibilidade tão em voga actualmente, uma vez que os pontos de Prioridade 1 não são infringidos em nenhum momento. No entanto, de todos os pontos de verificação os 35 que a análise automática diz não conseguir verificar não são todos cumpridos e 21 não se podem avaliar porque não se aplicam, como é o caso da não utilização correcta de tag’s de citações ou mudança de idioma.


    Fica então a pergunta: se todos os pontos fossem aplicáveis, seriam ou não cumpridos e qual seria a proporção?


segunda-feira, março 12, 2007

Manual de Boas Práticas da AP - 4 anos depois

Em 2002 foi aprovado o Manual de Boas Práticas da Administração Pública que resume os cuidados que se devem ter ao criar sites para services da Administração Pública. Esses cuidados fazem um resumo de 38 recomendações com base nas 14 Directrizes aprovadas pelo World Wide Web Consortium (W3C) quanto à criação de websites.


Portugal foi um dos primeiros países mundiais a fazer uma Petição para ver os direitos de Usabilidade e Acessibilidade a locais na Internet garantidos. Não se trata só de garantir o acesso a pessoas com deficiencias, mas sim garantir o acesso à informação por parte de todos, independentemente dos contextos em que o utilizador se encontra. No entanto, mesmo passados tantos anos, ainda não se pode afirmar que todos os sites da Administração Pública coloquem em prática essas recomendações.


Numa tentativa de avaliar o estado de desenvolvimento e aplicação do Manual de Boas Práticas neste momento, escolhi debruçar-me sobre o site do Ministério da Saúde. Quanto ao conteúdo obrigatoriamente disponibilizado o site segue o estipulado, principalmente para a primeira página. De toda a vasta lista de conteúdos, o site não disponibiliza apenas o Relatório de Contas e a Legislação pertinente ao serviço prestado, pelo menos à primeira vista. Na formatação do texto, respeita-se o uso de tipos de letra sans serif, o contraste entre o texto e o fundo, tal como recomendado.


Quando passamos para uma análise mais detalhada, com base nas 14 Directrizes do W3C mais especificamente, podemos perceber que aa sua aplicação não é feita na totalidade. Há situações em que os pontos de maaior prioridade (Prioridade 1) são colocados em prática e outras em que não são tidas em conta. Para demonstrar isto foram escolhidos 4 pontos de Prioridade 1 para serem analisados no site, em especial na página de entrada.


  • Forneça um equivalente textual para todo o elemento não textual.


    Segundo o que este Ponto de Verificação refere, sempre que o site mostrar um elemento não textual deve ser dado uma alternativa textual, o vulgarmente atributo ALT. O que se verificou na análise ao site do Ministério da Saúde é que este não diponibiliza esta informação de uma forma coerente. O equivalente textual não é facilitado para todos os elementos gráficos e/ou sonorous; algumas imagens e links possuem discriminação (como é o caso da Pesquisa), algumas não possuem qualquer discriminação, e ainda há aquelas que possuem uma discriminação muito generalista (como por exemplo ‘Imagem Alusiva’)

  • NOTA: 7/10


  • Certifique-se que o texto e os gráficos são compreendidos quando visualizados sem cor.


    Este ponto parece estar muito bem implementado, uma vez que a cor é utilizada, mas como uma forma muito secundária o que torna o conteúdo muito acessível, independentemente das caracteristicas cromáticas dos ecrans dos utilizadores.

  • NOTA: 10/10


  • Nas tabelas de dados, identifique as linhas e as colunas que constituem os cabeçalhos.


    Além de toda a informação estar disponivel sob a forma de tabelas (que não deveria estar uma vez que a utilização de folhas de estilo poderia organizar a informação de um modo visual identico e muito mais fácil de ler por um programa de varrimento de ecran, por exemplo), estas não possuem uma descriminação especifica para células de cabeçalho ou de conteúdo, o que torna a sua leitura pelo programa de leitura ainda mais complicada.

  • NOTA: 1/10


  • Organize os documentos de forma a que os mesmos sejam possíveis de ser lidos sem o uso das folhas de estilo.


    A primeira página do site encontra-se vinculada a uma folha de estilo externa, o que faz com que a visualização da página sem ser acompanhada dessa folha lhe altere o aspecto. No entanto, salvos alguns erros ortográficos que podem dificultar a leitura, no geral a informação encontra-se minimamente bem estruturada.

  • NOTA: 6/10


Em suma, apesar de termos sidos um dos países pioneiros na defesa dos direitos de Usabilidade e Acessibilidade e na conquista de um Manual de Boas Práticas, parece que ficamos parados algures entre o ponto de partida e a meta. Ainda há muito para se fazer nesta área para assegurar que, pelo menos, os pontos de Prioridade 1 do W3C sejam levados em conta aquando da criação de um website. Não podemos é ficar satisfeitos com o que temos actualmente.


Quer dizer, poder podemos, mas não devemos…